sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fim de semestre




Todo fim de semestre parece que é a mesma coisa, pelo menos para nós, professores: trabalho, trabalho, trabalho. Uma aluna minha, que também é professora, estava tão desesperançosa com o fim do semestre que afirmou em uma rede social que achava mais fácil chegar primeiro 23 de dezembro do que 23 de junho, o mais recente feriado. Reconheço que quase cheguei a concordar com ela. Mas o feriado chegou, passou, o semestre ainda não acabou, porém,  e, por isso, e ainda tenho que lidar com as seguintes questões: pilhas de trabalho para corrigir, alunos querendo saber as notas para enfim se verem livres do professor, ou não, naquele semestre (a recíproca também pode ser verdadeira), diários de classe para preencher... Gostaria de conhecer apenas um/a professor/a que sentisse prazer em realizar essa tarefa. Passaria imediatamente os meus para ele/ela. Ah, nossos desejos às vezes são tão prosaicos, não acham? 

Antes que alguém possa pensar que estou usando esse espaço para desabafar, para reclamar ou outros verbos sinônimos, respondo prontamente que não (mesmo que fosse o caso, não haveria problema algum, já que esse é para é para dizer o "der na telha" mesmo, como afirmei no primeiro tópico do blog. Lembram dele?). O que realmente me preocupa é que, devido a tantas tarefas (e eu nem estou elencando as do doutorado...), até as ideias para os posts escassearam. Nunca mais apareceu uma ideota para um conto ou uma crônica... Talvez até tenham aparecido, mas se perderam no meio do caminho. Devem ter encontrado a pedra de Drummond, ou melhor, tropeçado nela.

Todavia, não é isso que me fará desistir deste espaço. Tenho responsabilidades com todos os meus vinte e sete seguidores (escrevo por extenso para o número parecer maior) e quiçá mais uma vintena (essa palavra existe mesmo, viu? Eu chequei: está na língua desde, pelo menos, 1282) de outros leitores.

Assim, continuamos por aqui, ou por aí. E, enquanto não começa mais um semestre, vou tentando postar alguns contos, crônicas, ou seja, umas palavras aí... E que venham as férias!

P.S.: Como foi/está sendo o fim do semestre para vocês? Comentem!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Crônica publicada






Olá,

Hoje gostaria de compartilhar com vocês minha primeira crônica publicada em jornal. Ela saiu na edição do Jornal de Hoje de quinta-feira, 02 de junho. Não divulguei aqui no blog quando ela seria publicada, pois nem eu mesmo sabia quando isso iria acontecer (apenas no dia seguinte é que tomei conhecimento do fato). Na verdade, eu não estava muito esperançoso de que isso viesse a ocorrer, já que eu fora avisado de que a seção de opinião do referido jornal era muito concorrida. No final, porém, tudo correu bem e o texto foi publicado, e eu o transcrevo aqui na íntegra. O leitor habitual do blog observará que a crônica é o reaproveitamento da ideia de um dos posts anteriores que, digamos assim, fez um certo sucesso entre os leitores. Espero que gostem.

Traição na Cidade do Sol

Este relacionamento é conhecido por todos nós. Eles formam um casal de noivos apaixonados. Estão nessa relação há um bom tempo, mas o casamento teima em não acontecer. O noivo é impetuoso, apaixonado e ciumento: quer estar sempre junto de sua noiva. A noiva, por seu turno, apesar de também apaixonada, é, digamos assim, mais moderna, o que é evidenciado – todos os anos, em maior ou menor grau – durante esta época. Ela tem uma amante. Isso mesmo: uma amante! Antes, porém, que vocês tirem conclusões precipitadas, tachando a noiva de sem-vergonha, faz-se necessário apresentar adequadamente os envolvidos nesse triângulo.
A noiva em questão é Natal – a Noiva do Sol – a nossa ensolarada cidade; o noivo, como já ficou explícito, é o astro rei; e a amante é a chuva. Isso posto, vocês hão de concordar que este ano a noiva andou se encontrando bastante com a sua amante. Muitos desses encontros foram intensos, até fins de semana inteiros as amantes passaram juntas. E esses encontros não ficaram restritos à confidencialidade da alcova: pelo contrário, foram escancarados e todos nós fomos testemunhas oculares deles.
O problema com esse affair entre a cidade e a chuva é que a noiva parece não estar ciente de que ele lhe faz mais mal do que bem. Explico-me: todos (talvez nem todos, mas pelo menos uma boa parte de nós) gostamos quando Natal passa um, ou alguns dias, sem se encontrar com o seu noivo. Afinal, os encontros entre eles costumam ser tão tórridos que geram um calor, por vezes, insuportável. Todavia, já estamos acostumados com isso e tomamos alguns cuidados – como aumentar a quantidade de água ingerida, não descuidar do uso do protetor solar, entre outros – a fim de não nos prejudicarmos com esse noivado. No entanto, os encontros tórridos (se é que se pode chamá-los assim) entre Natal e a chuva costumam trazer consequências negativas para a noiva: ruas alagadas, o que favorece a proliferação de doenças, e inclusive a reprodução do famigerado aedes aegypti; e também esburacadas, o que pode causar acidentes e danificar os veículos que nelas trafegam; trânsito lento e congestionado, restringindo nosso direito de ir e vir; e outras dificuldades mais.
O pior é que o poder público não se dá conta de que o romance entre a noiva e sua amante ocorre todos os anos e pouco faz para minimizar os danos resultantes desse caso. Prefere, antes, torcer para que no ano seguinte a noiva seja mais fiel ao seu noivo do que no anterior. Mas quem também não prefere uma noiva fiel? Parece que a nossa querida cidade não nasceu mesmo para fazer parte de uma relação moderna como essa e deva viver monogamicamente. Mas quem sou eu para julgá-la?

P.S.: Se gostaram, ou não, comentem!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Enquadrado pela Lei...





Olá pessoal,

Já faz algumas semanas (16 dias, na verdade) que não posto nada de novo. Isso é, em parte, culpa das minhas muitas atribuições. Até tive algumas ideias para novos microcontos, que, infelizmente não se concretizaram (pelo menos até agora), por falta de tempo (ou talvez pela má administração dele)... Enfim, o fato é que acho que acabei sendo vítima da tal lei que nomeia o post  (a qual também passei a conhecer hoje).

Para quem acha que andei infringindo a lei, e por isso estive impossibilitando de atualizar o blog, não se preocupe, pois não cometi qualquer infração: a lei à qual estou me referindo é a chamada de Lei de Hofstadter (que, apesar do nome, não tem nada a ver com o personagem de uma conhecida sitcom americana). Trata-se de uma ironia em administração, criada pelo acadêmico norte-americano Douglas Hofstadter, e que afirma que "é sempre necessário mais tempo que o previsto, mesmo quando se segue a Lei de Hofstadter". Isso significa que quando temos de realizar uma determinada tarefa, especialmente quando a realizamos pela primeira vez, tendemos a calcular mal o tempo que levaremos para completá-la. No fim das contas, gastamos mais tempo do que o esperado (e desejado) para o cumprimento da tarefa em questão.

Tal fato aconteceu comigo. Fui muito otimista no cálculo do tempo que gastaria para executar determinadas tarefas (inclusive a quase escrita de um novo conto) e o resultado vocês já sabem: mais de duas semanas sem aparecer (se é que é possível utilizar esse verbo neste contexto) por aqui.

Acho que aprendi (ou não) a lição. Da próxima vez, tentarei seguir a Lei, para não ser enquadrado por ela. Até a próxima (que espero que não seja muito distante)!