segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Que deselegante!


Vocês já pararam para pensar na velocidade com que alguns bordões se espalham nesses tempos de Internet? O mais interessante, porém, é que os que fazem mais sucesso na boca e nas teclas do povo são aqueles que não se originaram online: foram coletados da fala de algum famoso, geralmente dando uma entrevista ou mesmo em seu próprio programa de TV. O certo é que se não fossem transpostos para o mundo virtual não teriam se tornado bordões, talvez nem fossem (tão) comentados. Eu, particularmente, gosto muito de bordões, de clichês, de ditados populares e faço uso deles sempre que posso (claro que principalmente na fala informal; na escrita, só quando o gênero o permite). Hoje vou comentar apenas três que fizeram/fazem muito sucesso. Vamos a eles, por ordem cronológica.
Aham, Cláudia senta lá! Esse foi garimpado bem fundo: remonta ao já longínquo ano de 1986 (creio eu, pois estou com preguiça de procurar o ano correto). Vemos uma apresentadora Xuxa em início de carreira na extinta TV Manchete, tentando domar um bando de “baixinhos” que insistia em não se sentar após (ao que parece) ter participado de uma brincadeira. Pouco a pouco, eles vão retornando aos seus lugares com exceção de quem? Da Cláudia (óbvio). Xuxa, então, usa essa já antológica frase. Não sei como descobriram isso, mas o negócio se espalhou como fogo pela Internet e ainda hoje, depois de mais de dois anos, depois de iniciado, o movimento Aham, Cláudia senta lá ganha adeptos, seja na TV, seja nas redes sociais. Todavia, uma coisa é certa: a pobre da Cláudia (assim como muita gente) ainda não encontrou seu lugar para sentar.
Hoje é dia de rock, bebê. Bem mais recente, esse bordão foi introduzido por uma esfuziante Tereza Cristina Buarque Siqueira de Velmont (ops!, a atriz Christiane Torloni) em entrevista a uma repórter do canal a cabo Multishow, durante o Rock in Rio deste ano. Aparentemente alcoolizada (ou doidona, diziam as más línguas), ao ser perguntada sobre o show da cantora americana Katy Perry, saiu-se com essa. O bordão foi bastante divulgado no Twitter, entrando nos Trending Topics daqueles dias, e ganhando variações: é só substituir a palavra rock da frase por qualquer outra, como em Hoje é dia de balada, bebê!, Hoje é dia de lavar roupa, bebê!, Hoje é dia de prova de matemática, bebê! etc. Todavia, parece que o que fez a alegria de muita gente trouxe consequências desfavoráveis para a sua autora, que perdeu alguns trabalhos porque sua imagem ficou um tanto desgastada depois do episódio (quem quiser saber mais, pesquise na Internet, já que este não é um blogue de fofocas).
E last but no least temos o meu favorito e que nomeia o post: Que deselegante! Na semana passada, quando tentava informar aos telespectadores sobre o início do tratamento do ex-presidente Lula contra um câncer na laringe, no Jornal Hoje da TV Globo, a repórter Monalisa Perrone foi surpreendida por dois homens que a derrubaram e pretendiam assumir o controle da transmissão. Esta, por sua vez, foi imediatamente interrompida, com as câmeras focando os apresentadores atônitos no estúdio, e eis que Sandra Annenberg, do alto de sua elegância, revelando toda a sua indignação e revolta com a sua colega de profissão, profere a famigerada frase. O episódio tem feito sucesso desde então e, como o bordão anterior, foi parar nos Trending Topics do Twitter. A partir daí, as pessoas ganharam uma expressão muito educada (de prestígio até) para ser usada naqueles momentos em que antes o esperado era sempre um palavrão ou uma expressão de “gente diferenciada”.
Qual será o novo bordão da semana? Que frase será pronunciada/teclada por nós exaustivamente a ponto de se tornar tendência? Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

P.S. 1: Gostou? Não gostou? Conhece algum outro bordão famoso da web? Comente.
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Fazer aquilo que você sabe e de que gosta...


Olá pessoal!

Quanto tempo, hein? Desde 24 de junho (já são mais de quatro meses) que não apareço por aqui. Por um tempo até achei que não iria postar mais nada por causa dessa vida um tanto atribulada que levo (se quer saber tudo o que faço, consulte o primeiro post do blogue – sim, essa palavra já consta da nova edição do Aurelião), e também nunca mais haviam aparecido umas palavras aí para compartilhar com vocês. Fiquei feliz, porém, quando acessei o blogue hoje e vi que já havia mais 1000 visualizações de página. Da última vez que estive por aqui, por assim dizer, acho que o contador ainda estava na casa das 900 visualizações. Isso é sinal de que alguém, talvez por vontade de ler algo novo ou simplesmente por falta do que fazer, andou aparecendo. De qualquer forma, here we are again. Deixemos de enrolação e vamos aos finalmentes.
Ontem fui ao cinema ver o ótimo O palhaço (ao qual recomendo), e tive alguns insights. Em certa passagem do filme, Benjamin (papel de Selton Mello, também diretor do longa), palhaço em um circo mambembe de propriedade de seu pai (Paulo José), em uma crise existencial – não tem muita certeza se fazer os outros rirem é o que ele quer para si –, decide deixar o circo em busca de uma vida, digamos assim, normal (não pretendo fazer uma resenha do filme aqui, apenas quero chegar aonde me interessa). Ele sai do circo, e depois acaba descobrindo que realmente gostava do seu trabalho no circo.
O que chamou a atenção foi uma fala de seu pai (redizendo algo que ouvira antes) que na vida nós devemos fazer aquilo que sabemos (e de que gostamos). Às vezes é necessário que deixemos de fazer o que fazemos bem por um momento, a fim de sabermos se estamos no caminho certo, se é realmente isso que queremos fazer (e isso pode ser aplicado a várias áreas das nossas vidas). Outras vezes, precisamos descobrir qual é a nossa motivação. Quando, porém, encontramos a resposta, nos sentimos bem e passamos a desempenhar o nosso papel com uma alegria. Em uma de suas últimas cenas, Benjamin diz: “O gato bebe leite, o rato come queijo e eu... sou um palhaço”. A essa altura, ele já havia encontrado o seu lugar no mundo.
Ainda não estou bem certo com relação a outras coisas da vida, mas no que se refere ao blogue, sei que gosto de escrever, acho que faço isso bem (pelo menos até o momento não recebi nenhuma reclamação quanto a isso), e pretendo continuar por aqui por mais algum tempo (ah, mas relevem os meus sumiços, porque já antevejo muito trabalho para as próximas semanas. Quando der apareço novamente).

Uns abraços aí e até a próxima!