quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O que li em 2013


Olá, pessoal!

Há quanto tempo, hein?! Já faz mais de um ano que não posto nada. Pensei até em encerrar definitivamente o blog, mas reconsiderei e aqui estou de volta. Hoje vou comentar rapidamente (porque muitos detalhes já se perderam nas esquinas da memória) quais foram os livros que li durante o ano passado (caso alguém tenha interesse em alguma sugestão de leitura).
2013 foi um ano de muito trabalho pra mim (por isso não atualizei o Umas palavras aí). Estava na reta final do meu doutorado (na verdade já estava atrasado e tive que pedir prorrogação do prazo, mas isso não vem ao caso, hehehe!), mas, ainda assim, consegui ler 11 livros. Vamos a eles.

Obs.: Os livros estão listados por ordem de leitura, não de preferência.


1. A incrível e triste história da cândida Erêndira e sua avó desalmada - Gabriel García Marquez


Este livro reúne, além da novela que lhe dá nome, seis contos que ilustram bem o realismo fantástico do grande escritor colombiano. Decidi lê-lo, pois já conhecia um de seus contos - "Um senhor muito velho com umas asas enormes" -, que havia lido na época da faculdade e do qual gostava bastante. A história principal trata de uma menina que é escravizada por sua avó e obrigada a se prostituir até que a ressarcisse pelos prejuízos causados por um incêndio que destruiu a casa de sua avó, e supostamente causado pela garota. Uma ótima pedida para quem gosta de histórias curtas!

2. Tremor - Jonathan Franzen


Mais recente romance do autor de Liberdade e As correções publicado no Brasil, apesar de haver sido lançado na década de 1990 nos EUA. Aqui foi lançado para coincidir com a visita do escritor americano à Flip de 2012.
O livro acompanha a trajetória de Louis Holland, um jovem de 23 anos, que a Boston numa primavera de acontecimentos estranhos: uma série de terremotos - de origem suspeita -  atinge a cidade, e o primeiro deles mata sua avó postiça, o que faz com que a mãe dele herde uma fortuna. Durante o processo de disputa pela herança, ele conhece e se apaixona pela sismóloga Renée Seitchek, que o ajudará a descobrir a verdade por trás dos abalos, que envolve uma poderosa indústria química, o que fará que com eles paguem um preço alto por descobrirem a verdade.
O livro também provoca o debate sobre temas polêmicos e atuais, tais como: a subserviência das autoridades aos interesses das grandes corporações, o debate político na grande mídia, a degradação ambiental, o aborto, a condição social da mulher e a produção de conhecimento científico. Ah, e prepare-se para uma verdadeira aula sobre as origens da especulação imobiliária em Massachusetts e também sobre sismicidade induzida. 
Trata-se de um grande romance, e não apenas por causa de suas 608 páginas. Vale a pena ser lido.
3. Morte súbita - J. K. Rowling



Primeiro romance adulto da autora de Harry Potter e foi também o primeiro livro dela que eu li. A história começa com a súbita morte de Barry Fairbrother, conselheiro do distrito de Pagford, o que deixa o vilarejo em choque, e várias pessoas, com diferentes interesses, de olho na vaga deixada por ele. 
Ao longo do livro, vemos que o supostamente tranquilo Pagford não é o que aparenta à primeira vista, ja esconde muitos segredos e conflitos: ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… 
A própria eleição logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Só lendo o livro para saber.

4. A culpa é das estrelas - John Green



Best-seller adolescente do ano (no Brasil), o romance de John Green figura nas listas de livros mais vendidos desde o ano passado - e vai virar filme este ano. O livro conta a história de amor entre Hazel Grace e Augustus Waters, dois adolescentes que se conhecem em uma reunião de um grupo de apoio a crianças com câncer: ela sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões; ele perdeu uma das pernas para um osteosarcoma, o qual encontra-se em remissão. Uma história comovente e inspiradora. Para se ler com uma caixa de lenços por perto.

5. O senhor das moscas - William Golding



Neste livro, do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1983, um grupo formado por 30 meninos é o único que consegue escapar de um naufrágio e vai parar em uma ilha deserta no Pacífico. A princípio, eles tentam se organizar em comunidade, enquanto esperam pelo resgate. À medida que a história avança, eles se dividem em dois grupos, com seus respectivos líderes: o primeiro, liderado pelo menino Ralph, dispõe-se a construir abrigos e dedicar-se à colheita; o segundo é chefiado por Jack e dedica-se à caça. Não demora muito para que a tensão entre os dois grupos aumente a ponto de haver um enfrentamento entre eles, culminando em selvageria e até em assassinato! O livro também pode ser considerado uma alegoria da oposição entre civilização e barbárie e do valor da disciplina, entre outros temas.

6. Contos maravilhosos infantis e domésticos - Jacob & Wilhelm Grimm



Esta edição reúne em dois tomos os 156 primeiros contos recolhidos pelos irmãos Grimm em suas primeiras versões, isto é, com todas as mortes, mutilações e sangue das versões que eram contadas para as crianças na Europa! Cito apenas três exemplos de contos que foram editados e/ou reescritos pelos Grimm até chegarem em versões, digamos, mais infantis: Na história do príncipe sapo, não é beijando o pobre anfíbio que a princesa quebra o feitiço que estava sobre ele, mas jogando-o contra a parede para matá-lo; já na história da Cinderela - ou Gata Borralheira - as meias-irmãs da protagonista chegam a mutilar os próprios pés para que eles coubessem no famoso sapatinho de cristal; e, por último, em Branca de Neve, não é a madrasta que tenta matá-la, mas a própria mãe!
Confesso que só li o primeiro tomo, pois, depois de uma certa quantidade de contos, a leitura se tornou repetitiva e um pouco cansativa. Mas ainda assim, é uma edição bonita de se ter na estante, especialmente com o capricho do projeto gráfico da Editora Cosac Naify (que não está me pagando nada para fazer propaganda, hehehe).

7. Max e os felinos - Moacyr Scliar




Livro que inspirou o escritor canadense Yann Martel a escrever seu A vida de Pi, que, posteriormente foi adaptado ao cinema por Ang Lee. Conta a história do jovem alemão Max Schmidt que, ao ser perseguido pelos nazistas, é obrigado a embarcar às pressas para o Brasil em um velho cargueiro cheio de animais de zoológico. Pouco depois do início da viagem, o navio naufraga, mas Max consegue escapar, embarcando em um pequeno escaler, onde, pra sua surpresa, se depara com um jaguar. Que o acompanha (?) em boa parte de sua viagem. O livro acompanha ainda a vida de Max no Brasil até a sua morte. Achei essa pequena novela interessante. No entanto, esperava mais da história, porque fui com muita expectativa a ela. Mesmo assim, sua leitura é recomendável.


8. O oceano no fim do caminho - Neil Gaiman




 Primeiro romance de Neil Gaiman que li - e o melhor livro que li em 2013. Conta a história de um homem de meia-idade (não nomeado) que volta à cidade de Sussex, Inglaterra, para um funeral (não se sabe de quem) e, ao passar pela casa onde cresceu, é atraído para uma fazenda no fim da estrada. Chegando lá, as lembranças de sua amiga Lettie Hempstock começam a surgir, junto com as recordações do que aconteceu no passado, mais precisamente quando ele tinha sete anos, que inundam sua mente como um oceano. E esse passado é estranho, perigoso e assustador demais para ter acontecido de verdade, ainda mais com um menino.
Como diz a orelha do livro, "trata-se de uma fábula emocionante, assustadora e melancólica. Um convite a repensar a escuridão que espreita as memórias da infância". Absolutamente imperdível!


9. No coração do mar - Chalotte Rogan



1914. A jovem recém-casada, Grace Winter e seu marido Henry viajavam a bordo do navio Empress Alexandra, de Londres a Nova York, quando, após um acidente, o navio naufraga. Ao lado de outros sobreviventes do naufrágio - em sua maioria mulheres - Grace fica à deriva em um bote salva-vidas por 21 dias, no qual a tensão entre os passageiros e a própria situação em que se encontram faz com que eles tenham de escolher lados em uma disputa de poder: seguir o experiente marinheiro John Hardie ou a enigmática senhora Ursula Grant? Dessa escolha, dependerá a sobrevivência de Grace e dos demais passageiros.
Após ser resgatada, Grace Winter é presa e levada a julgamento (não vou dizer qual foi o crime que ela supostamente cometeu), e seus advogados sugerem que ela escreva um diário com as lembranças do naufrágio.
A história de Grace deve virar filme nos próximos anos, já que os direitos da adaptação cinematográfica foram adquiridos pela atriz Anne Hathaway, que também deverá viver a protagonista do filme.


10. Reparação - Ian McEwan




Livro que inspirou o filme Desejo e reparação, do diretor Joe Wright, centra-se em Briony Tallis, uma pré-adolescente inglesa de 13 anos que ambiciona tornar-se escritora. Em certo dia do verão de 1935, Briony contempla da janela do seu quarto uma cena estranha: sua irmã mais velha - Cecilia -, que estava ao lado de Robbie Turner, filho da arrumadeira e amigo de infância, tira a saia e a blusa e mergulha na fonte do jardim. Esse episódio e uma sucessão de equívocos farão com que a jovem aprendiz de escritora cometa um crime que mexerá com o futuro da família. E a jovem Briony passará o resto de sua vida buscando a reparação (ou expiação, que, pra mim, traduz melhor o título original do romance - Atonement) por esse crime.
Romance muito bem escrito, apresenta também uma reflexão sobre os poderes e, é claro, as limitações da literatura. Sua leitura vale a pena!


11. Sobre histórias de fadas - J.R.R Tolkien




Last, but not least... Esse pequeno livro é composto por um ensaio, que dá nome à obra, e um conto - "Folha por Niggle" -, escritos na época em que o autor publicava sua obra mais conhecida, O Senhor dos Anéis
No ensaio, Tolkien, discorre acerca dos contos de fadas, ou contos do Belo Reino, quais são suas características e que tipo de histórias não são contos de fadas. 
O conto, por sua vez, serve como uma ilustração de uma história do Belo Reino, ao mesmo tempo que, segundo li algures ou alhures, pode ser tomado como uma alegoria da vida do próprio Tolkien à época em que compunha sua obra-prima, ou, ainda, da vida, do purgatório e do paraíso. A história gira em torno de Niggle, um homenzinho que vivia nos arredores de um vilarejo, com apenas um vizinho próximo, e gostava de pintar. Ele teria de fazer uma longa viagem em determinada época, mas procurava adiá-la o máximo que podia, pois estava trabalhando em uma grande tela com uma árvore grandiosa no meio de um campo, mas era constantemente interrompido pelos seus vários afazeres e, especialmente, por seu vizinho Parrish. Um dia, inevitavelmente, ele precisou viajar, e a partir daí, as coisas se complicam para o pobre Niggle. Porém, as coisas se resolvem no final e... não vou entrar em detalhes sobre o enredo.
Por último, resta dizer que Sobre histórias de fadas constitui uma leitura indispensável para os apreciadores da obra tolkieniana. 


Pronto! Foram essas as minhas leituras no ano que passou. O que acharam? Podem comentar à vontade.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

TAG - Skoob: Minha Estante Virtual

1-Quantos livros lidos você  tem na sua aba LIDO no skoob? 

48, a maioria a partir de 2009.


2-Qual livro você está lendo? 

"O Hobbit". Quero ver se o filme vai ser fiel ao livro.


3-Quantos livros tem na sua aba VAI LER? 

10, dos quais já tenho sete. Só gosto de cadastrar um livro nessa aba quando tenho certeza de que vou comprá-lo.


4-Você está relendo algum livro? Qual é? 

Sim." O Hobbit". Eu o li pela primeira vez em 2009.


5-Quantos livros você já abandonou? Quais são eles?

Não costumo abandonar livros, pelo menos não com tanto frequência. O último que me lembro (mas que pretendo retomar a leitura futuramente) foi "No coração das trevas", de Conrad.


6-Quantas resenhas você tem cadastradas no skoob?

Até o momento nenhuma. Ando meio sem tempo livre para escrever por prazer...


7-Quantos livros avaliados você tem na sua lista?

23. Logo quando criei minha conta no skoob, não costumava avaliar os livros.


8-Na aba FAVORITOS, quantos livros você tem registrados? Cite alguns.

Nenhum ainda. Acho que deu prequiça de preenchê-la.


9-Quantos livros você tem na aba TENHO?

Nenhum. Mas possuo quase todos os que estão na minha estante (a preguiça ataca de novo).


10-Quantos livros você tem nos DESEJADOS?

Nenhum. Normalmente cadastro os que eu desejo na aba VOU LER.


11-Quantos livros emprestados no momento? Quais?

"A visita cruel do tempo", "O sol é para todos", "Sexo na lua", "O cavaleiro inexistente" e "O visconde partido ao meio".


12-Você quer trocar algum livro? Quais são?


Acho que não. Não gosto de me desfazer dos meus livros. Mas, pensando bem... talvez "Ainda não te disse nada"

13-Na aba META, quantos livros você tem marcados? Cumpriu essa meta?

Nenhum. Talvez no próximo ano...


14-Qual é o número no teu paginômetro?

12.895


15-Qual o link do teu perfil do Skoob?

Wildson Confessor
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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Que deselegante!


Vocês já pararam para pensar na velocidade com que alguns bordões se espalham nesses tempos de Internet? O mais interessante, porém, é que os que fazem mais sucesso na boca e nas teclas do povo são aqueles que não se originaram online: foram coletados da fala de algum famoso, geralmente dando uma entrevista ou mesmo em seu próprio programa de TV. O certo é que se não fossem transpostos para o mundo virtual não teriam se tornado bordões, talvez nem fossem (tão) comentados. Eu, particularmente, gosto muito de bordões, de clichês, de ditados populares e faço uso deles sempre que posso (claro que principalmente na fala informal; na escrita, só quando o gênero o permite). Hoje vou comentar apenas três que fizeram/fazem muito sucesso. Vamos a eles, por ordem cronológica.
Aham, Cláudia senta lá! Esse foi garimpado bem fundo: remonta ao já longínquo ano de 1986 (creio eu, pois estou com preguiça de procurar o ano correto). Vemos uma apresentadora Xuxa em início de carreira na extinta TV Manchete, tentando domar um bando de “baixinhos” que insistia em não se sentar após (ao que parece) ter participado de uma brincadeira. Pouco a pouco, eles vão retornando aos seus lugares com exceção de quem? Da Cláudia (óbvio). Xuxa, então, usa essa já antológica frase. Não sei como descobriram isso, mas o negócio se espalhou como fogo pela Internet e ainda hoje, depois de mais de dois anos, depois de iniciado, o movimento Aham, Cláudia senta lá ganha adeptos, seja na TV, seja nas redes sociais. Todavia, uma coisa é certa: a pobre da Cláudia (assim como muita gente) ainda não encontrou seu lugar para sentar.
Hoje é dia de rock, bebê. Bem mais recente, esse bordão foi introduzido por uma esfuziante Tereza Cristina Buarque Siqueira de Velmont (ops!, a atriz Christiane Torloni) em entrevista a uma repórter do canal a cabo Multishow, durante o Rock in Rio deste ano. Aparentemente alcoolizada (ou doidona, diziam as más línguas), ao ser perguntada sobre o show da cantora americana Katy Perry, saiu-se com essa. O bordão foi bastante divulgado no Twitter, entrando nos Trending Topics daqueles dias, e ganhando variações: é só substituir a palavra rock da frase por qualquer outra, como em Hoje é dia de balada, bebê!, Hoje é dia de lavar roupa, bebê!, Hoje é dia de prova de matemática, bebê! etc. Todavia, parece que o que fez a alegria de muita gente trouxe consequências desfavoráveis para a sua autora, que perdeu alguns trabalhos porque sua imagem ficou um tanto desgastada depois do episódio (quem quiser saber mais, pesquise na Internet, já que este não é um blogue de fofocas).
E last but no least temos o meu favorito e que nomeia o post: Que deselegante! Na semana passada, quando tentava informar aos telespectadores sobre o início do tratamento do ex-presidente Lula contra um câncer na laringe, no Jornal Hoje da TV Globo, a repórter Monalisa Perrone foi surpreendida por dois homens que a derrubaram e pretendiam assumir o controle da transmissão. Esta, por sua vez, foi imediatamente interrompida, com as câmeras focando os apresentadores atônitos no estúdio, e eis que Sandra Annenberg, do alto de sua elegância, revelando toda a sua indignação e revolta com a sua colega de profissão, profere a famigerada frase. O episódio tem feito sucesso desde então e, como o bordão anterior, foi parar nos Trending Topics do Twitter. A partir daí, as pessoas ganharam uma expressão muito educada (de prestígio até) para ser usada naqueles momentos em que antes o esperado era sempre um palavrão ou uma expressão de “gente diferenciada”.
Qual será o novo bordão da semana? Que frase será pronunciada/teclada por nós exaustivamente a ponto de se tornar tendência? Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

P.S. 1: Gostou? Não gostou? Conhece algum outro bordão famoso da web? Comente.
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Fazer aquilo que você sabe e de que gosta...


Olá pessoal!

Quanto tempo, hein? Desde 24 de junho (já são mais de quatro meses) que não apareço por aqui. Por um tempo até achei que não iria postar mais nada por causa dessa vida um tanto atribulada que levo (se quer saber tudo o que faço, consulte o primeiro post do blogue – sim, essa palavra já consta da nova edição do Aurelião), e também nunca mais haviam aparecido umas palavras aí para compartilhar com vocês. Fiquei feliz, porém, quando acessei o blogue hoje e vi que já havia mais 1000 visualizações de página. Da última vez que estive por aqui, por assim dizer, acho que o contador ainda estava na casa das 900 visualizações. Isso é sinal de que alguém, talvez por vontade de ler algo novo ou simplesmente por falta do que fazer, andou aparecendo. De qualquer forma, here we are again. Deixemos de enrolação e vamos aos finalmentes.
Ontem fui ao cinema ver o ótimo O palhaço (ao qual recomendo), e tive alguns insights. Em certa passagem do filme, Benjamin (papel de Selton Mello, também diretor do longa), palhaço em um circo mambembe de propriedade de seu pai (Paulo José), em uma crise existencial – não tem muita certeza se fazer os outros rirem é o que ele quer para si –, decide deixar o circo em busca de uma vida, digamos assim, normal (não pretendo fazer uma resenha do filme aqui, apenas quero chegar aonde me interessa). Ele sai do circo, e depois acaba descobrindo que realmente gostava do seu trabalho no circo.
O que chamou a atenção foi uma fala de seu pai (redizendo algo que ouvira antes) que na vida nós devemos fazer aquilo que sabemos (e de que gostamos). Às vezes é necessário que deixemos de fazer o que fazemos bem por um momento, a fim de sabermos se estamos no caminho certo, se é realmente isso que queremos fazer (e isso pode ser aplicado a várias áreas das nossas vidas). Outras vezes, precisamos descobrir qual é a nossa motivação. Quando, porém, encontramos a resposta, nos sentimos bem e passamos a desempenhar o nosso papel com uma alegria. Em uma de suas últimas cenas, Benjamin diz: “O gato bebe leite, o rato come queijo e eu... sou um palhaço”. A essa altura, ele já havia encontrado o seu lugar no mundo.
Ainda não estou bem certo com relação a outras coisas da vida, mas no que se refere ao blogue, sei que gosto de escrever, acho que faço isso bem (pelo menos até o momento não recebi nenhuma reclamação quanto a isso), e pretendo continuar por aqui por mais algum tempo (ah, mas relevem os meus sumiços, porque já antevejo muito trabalho para as próximas semanas. Quando der apareço novamente).

Uns abraços aí e até a próxima!



sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fim de semestre




Todo fim de semestre parece que é a mesma coisa, pelo menos para nós, professores: trabalho, trabalho, trabalho. Uma aluna minha, que também é professora, estava tão desesperançosa com o fim do semestre que afirmou em uma rede social que achava mais fácil chegar primeiro 23 de dezembro do que 23 de junho, o mais recente feriado. Reconheço que quase cheguei a concordar com ela. Mas o feriado chegou, passou, o semestre ainda não acabou, porém,  e, por isso, e ainda tenho que lidar com as seguintes questões: pilhas de trabalho para corrigir, alunos querendo saber as notas para enfim se verem livres do professor, ou não, naquele semestre (a recíproca também pode ser verdadeira), diários de classe para preencher... Gostaria de conhecer apenas um/a professor/a que sentisse prazer em realizar essa tarefa. Passaria imediatamente os meus para ele/ela. Ah, nossos desejos às vezes são tão prosaicos, não acham? 

Antes que alguém possa pensar que estou usando esse espaço para desabafar, para reclamar ou outros verbos sinônimos, respondo prontamente que não (mesmo que fosse o caso, não haveria problema algum, já que esse é para é para dizer o "der na telha" mesmo, como afirmei no primeiro tópico do blog. Lembram dele?). O que realmente me preocupa é que, devido a tantas tarefas (e eu nem estou elencando as do doutorado...), até as ideias para os posts escassearam. Nunca mais apareceu uma ideota para um conto ou uma crônica... Talvez até tenham aparecido, mas se perderam no meio do caminho. Devem ter encontrado a pedra de Drummond, ou melhor, tropeçado nela.

Todavia, não é isso que me fará desistir deste espaço. Tenho responsabilidades com todos os meus vinte e sete seguidores (escrevo por extenso para o número parecer maior) e quiçá mais uma vintena (essa palavra existe mesmo, viu? Eu chequei: está na língua desde, pelo menos, 1282) de outros leitores.

Assim, continuamos por aqui, ou por aí. E, enquanto não começa mais um semestre, vou tentando postar alguns contos, crônicas, ou seja, umas palavras aí... E que venham as férias!

P.S.: Como foi/está sendo o fim do semestre para vocês? Comentem!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Crônica publicada






Olá,

Hoje gostaria de compartilhar com vocês minha primeira crônica publicada em jornal. Ela saiu na edição do Jornal de Hoje de quinta-feira, 02 de junho. Não divulguei aqui no blog quando ela seria publicada, pois nem eu mesmo sabia quando isso iria acontecer (apenas no dia seguinte é que tomei conhecimento do fato). Na verdade, eu não estava muito esperançoso de que isso viesse a ocorrer, já que eu fora avisado de que a seção de opinião do referido jornal era muito concorrida. No final, porém, tudo correu bem e o texto foi publicado, e eu o transcrevo aqui na íntegra. O leitor habitual do blog observará que a crônica é o reaproveitamento da ideia de um dos posts anteriores que, digamos assim, fez um certo sucesso entre os leitores. Espero que gostem.

Traição na Cidade do Sol

Este relacionamento é conhecido por todos nós. Eles formam um casal de noivos apaixonados. Estão nessa relação há um bom tempo, mas o casamento teima em não acontecer. O noivo é impetuoso, apaixonado e ciumento: quer estar sempre junto de sua noiva. A noiva, por seu turno, apesar de também apaixonada, é, digamos assim, mais moderna, o que é evidenciado – todos os anos, em maior ou menor grau – durante esta época. Ela tem uma amante. Isso mesmo: uma amante! Antes, porém, que vocês tirem conclusões precipitadas, tachando a noiva de sem-vergonha, faz-se necessário apresentar adequadamente os envolvidos nesse triângulo.
A noiva em questão é Natal – a Noiva do Sol – a nossa ensolarada cidade; o noivo, como já ficou explícito, é o astro rei; e a amante é a chuva. Isso posto, vocês hão de concordar que este ano a noiva andou se encontrando bastante com a sua amante. Muitos desses encontros foram intensos, até fins de semana inteiros as amantes passaram juntas. E esses encontros não ficaram restritos à confidencialidade da alcova: pelo contrário, foram escancarados e todos nós fomos testemunhas oculares deles.
O problema com esse affair entre a cidade e a chuva é que a noiva parece não estar ciente de que ele lhe faz mais mal do que bem. Explico-me: todos (talvez nem todos, mas pelo menos uma boa parte de nós) gostamos quando Natal passa um, ou alguns dias, sem se encontrar com o seu noivo. Afinal, os encontros entre eles costumam ser tão tórridos que geram um calor, por vezes, insuportável. Todavia, já estamos acostumados com isso e tomamos alguns cuidados – como aumentar a quantidade de água ingerida, não descuidar do uso do protetor solar, entre outros – a fim de não nos prejudicarmos com esse noivado. No entanto, os encontros tórridos (se é que se pode chamá-los assim) entre Natal e a chuva costumam trazer consequências negativas para a noiva: ruas alagadas, o que favorece a proliferação de doenças, e inclusive a reprodução do famigerado aedes aegypti; e também esburacadas, o que pode causar acidentes e danificar os veículos que nelas trafegam; trânsito lento e congestionado, restringindo nosso direito de ir e vir; e outras dificuldades mais.
O pior é que o poder público não se dá conta de que o romance entre a noiva e sua amante ocorre todos os anos e pouco faz para minimizar os danos resultantes desse caso. Prefere, antes, torcer para que no ano seguinte a noiva seja mais fiel ao seu noivo do que no anterior. Mas quem também não prefere uma noiva fiel? Parece que a nossa querida cidade não nasceu mesmo para fazer parte de uma relação moderna como essa e deva viver monogamicamente. Mas quem sou eu para julgá-la?

P.S.: Se gostaram, ou não, comentem!