quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O que li em 2013


Olá, pessoal!

Há quanto tempo, hein?! Já faz mais de um ano que não posto nada. Pensei até em encerrar definitivamente o blog, mas reconsiderei e aqui estou de volta. Hoje vou comentar rapidamente (porque muitos detalhes já se perderam nas esquinas da memória) quais foram os livros que li durante o ano passado (caso alguém tenha interesse em alguma sugestão de leitura).
2013 foi um ano de muito trabalho pra mim (por isso não atualizei o Umas palavras aí). Estava na reta final do meu doutorado (na verdade já estava atrasado e tive que pedir prorrogação do prazo, mas isso não vem ao caso, hehehe!), mas, ainda assim, consegui ler 11 livros. Vamos a eles.

Obs.: Os livros estão listados por ordem de leitura, não de preferência.


1. A incrível e triste história da cândida Erêndira e sua avó desalmada - Gabriel García Marquez


Este livro reúne, além da novela que lhe dá nome, seis contos que ilustram bem o realismo fantástico do grande escritor colombiano. Decidi lê-lo, pois já conhecia um de seus contos - "Um senhor muito velho com umas asas enormes" -, que havia lido na época da faculdade e do qual gostava bastante. A história principal trata de uma menina que é escravizada por sua avó e obrigada a se prostituir até que a ressarcisse pelos prejuízos causados por um incêndio que destruiu a casa de sua avó, e supostamente causado pela garota. Uma ótima pedida para quem gosta de histórias curtas!

2. Tremor - Jonathan Franzen


Mais recente romance do autor de Liberdade e As correções publicado no Brasil, apesar de haver sido lançado na década de 1990 nos EUA. Aqui foi lançado para coincidir com a visita do escritor americano à Flip de 2012.
O livro acompanha a trajetória de Louis Holland, um jovem de 23 anos, que a Boston numa primavera de acontecimentos estranhos: uma série de terremotos - de origem suspeita -  atinge a cidade, e o primeiro deles mata sua avó postiça, o que faz com que a mãe dele herde uma fortuna. Durante o processo de disputa pela herança, ele conhece e se apaixona pela sismóloga Renée Seitchek, que o ajudará a descobrir a verdade por trás dos abalos, que envolve uma poderosa indústria química, o que fará que com eles paguem um preço alto por descobrirem a verdade.
O livro também provoca o debate sobre temas polêmicos e atuais, tais como: a subserviência das autoridades aos interesses das grandes corporações, o debate político na grande mídia, a degradação ambiental, o aborto, a condição social da mulher e a produção de conhecimento científico. Ah, e prepare-se para uma verdadeira aula sobre as origens da especulação imobiliária em Massachusetts e também sobre sismicidade induzida. 
Trata-se de um grande romance, e não apenas por causa de suas 608 páginas. Vale a pena ser lido.
3. Morte súbita - J. K. Rowling



Primeiro romance adulto da autora de Harry Potter e foi também o primeiro livro dela que eu li. A história começa com a súbita morte de Barry Fairbrother, conselheiro do distrito de Pagford, o que deixa o vilarejo em choque, e várias pessoas, com diferentes interesses, de olho na vaga deixada por ele. 
Ao longo do livro, vemos que o supostamente tranquilo Pagford não é o que aparenta à primeira vista, ja esconde muitos segredos e conflitos: ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… 
A própria eleição logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Só lendo o livro para saber.

4. A culpa é das estrelas - John Green



Best-seller adolescente do ano (no Brasil), o romance de John Green figura nas listas de livros mais vendidos desde o ano passado - e vai virar filme este ano. O livro conta a história de amor entre Hazel Grace e Augustus Waters, dois adolescentes que se conhecem em uma reunião de um grupo de apoio a crianças com câncer: ela sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões; ele perdeu uma das pernas para um osteosarcoma, o qual encontra-se em remissão. Uma história comovente e inspiradora. Para se ler com uma caixa de lenços por perto.

5. O senhor das moscas - William Golding



Neste livro, do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1983, um grupo formado por 30 meninos é o único que consegue escapar de um naufrágio e vai parar em uma ilha deserta no Pacífico. A princípio, eles tentam se organizar em comunidade, enquanto esperam pelo resgate. À medida que a história avança, eles se dividem em dois grupos, com seus respectivos líderes: o primeiro, liderado pelo menino Ralph, dispõe-se a construir abrigos e dedicar-se à colheita; o segundo é chefiado por Jack e dedica-se à caça. Não demora muito para que a tensão entre os dois grupos aumente a ponto de haver um enfrentamento entre eles, culminando em selvageria e até em assassinato! O livro também pode ser considerado uma alegoria da oposição entre civilização e barbárie e do valor da disciplina, entre outros temas.

6. Contos maravilhosos infantis e domésticos - Jacob & Wilhelm Grimm



Esta edição reúne em dois tomos os 156 primeiros contos recolhidos pelos irmãos Grimm em suas primeiras versões, isto é, com todas as mortes, mutilações e sangue das versões que eram contadas para as crianças na Europa! Cito apenas três exemplos de contos que foram editados e/ou reescritos pelos Grimm até chegarem em versões, digamos, mais infantis: Na história do príncipe sapo, não é beijando o pobre anfíbio que a princesa quebra o feitiço que estava sobre ele, mas jogando-o contra a parede para matá-lo; já na história da Cinderela - ou Gata Borralheira - as meias-irmãs da protagonista chegam a mutilar os próprios pés para que eles coubessem no famoso sapatinho de cristal; e, por último, em Branca de Neve, não é a madrasta que tenta matá-la, mas a própria mãe!
Confesso que só li o primeiro tomo, pois, depois de uma certa quantidade de contos, a leitura se tornou repetitiva e um pouco cansativa. Mas ainda assim, é uma edição bonita de se ter na estante, especialmente com o capricho do projeto gráfico da Editora Cosac Naify (que não está me pagando nada para fazer propaganda, hehehe).

7. Max e os felinos - Moacyr Scliar




Livro que inspirou o escritor canadense Yann Martel a escrever seu A vida de Pi, que, posteriormente foi adaptado ao cinema por Ang Lee. Conta a história do jovem alemão Max Schmidt que, ao ser perseguido pelos nazistas, é obrigado a embarcar às pressas para o Brasil em um velho cargueiro cheio de animais de zoológico. Pouco depois do início da viagem, o navio naufraga, mas Max consegue escapar, embarcando em um pequeno escaler, onde, pra sua surpresa, se depara com um jaguar. Que o acompanha (?) em boa parte de sua viagem. O livro acompanha ainda a vida de Max no Brasil até a sua morte. Achei essa pequena novela interessante. No entanto, esperava mais da história, porque fui com muita expectativa a ela. Mesmo assim, sua leitura é recomendável.


8. O oceano no fim do caminho - Neil Gaiman




 Primeiro romance de Neil Gaiman que li - e o melhor livro que li em 2013. Conta a história de um homem de meia-idade (não nomeado) que volta à cidade de Sussex, Inglaterra, para um funeral (não se sabe de quem) e, ao passar pela casa onde cresceu, é atraído para uma fazenda no fim da estrada. Chegando lá, as lembranças de sua amiga Lettie Hempstock começam a surgir, junto com as recordações do que aconteceu no passado, mais precisamente quando ele tinha sete anos, que inundam sua mente como um oceano. E esse passado é estranho, perigoso e assustador demais para ter acontecido de verdade, ainda mais com um menino.
Como diz a orelha do livro, "trata-se de uma fábula emocionante, assustadora e melancólica. Um convite a repensar a escuridão que espreita as memórias da infância". Absolutamente imperdível!


9. No coração do mar - Chalotte Rogan



1914. A jovem recém-casada, Grace Winter e seu marido Henry viajavam a bordo do navio Empress Alexandra, de Londres a Nova York, quando, após um acidente, o navio naufraga. Ao lado de outros sobreviventes do naufrágio - em sua maioria mulheres - Grace fica à deriva em um bote salva-vidas por 21 dias, no qual a tensão entre os passageiros e a própria situação em que se encontram faz com que eles tenham de escolher lados em uma disputa de poder: seguir o experiente marinheiro John Hardie ou a enigmática senhora Ursula Grant? Dessa escolha, dependerá a sobrevivência de Grace e dos demais passageiros.
Após ser resgatada, Grace Winter é presa e levada a julgamento (não vou dizer qual foi o crime que ela supostamente cometeu), e seus advogados sugerem que ela escreva um diário com as lembranças do naufrágio.
A história de Grace deve virar filme nos próximos anos, já que os direitos da adaptação cinematográfica foram adquiridos pela atriz Anne Hathaway, que também deverá viver a protagonista do filme.


10. Reparação - Ian McEwan




Livro que inspirou o filme Desejo e reparação, do diretor Joe Wright, centra-se em Briony Tallis, uma pré-adolescente inglesa de 13 anos que ambiciona tornar-se escritora. Em certo dia do verão de 1935, Briony contempla da janela do seu quarto uma cena estranha: sua irmã mais velha - Cecilia -, que estava ao lado de Robbie Turner, filho da arrumadeira e amigo de infância, tira a saia e a blusa e mergulha na fonte do jardim. Esse episódio e uma sucessão de equívocos farão com que a jovem aprendiz de escritora cometa um crime que mexerá com o futuro da família. E a jovem Briony passará o resto de sua vida buscando a reparação (ou expiação, que, pra mim, traduz melhor o título original do romance - Atonement) por esse crime.
Romance muito bem escrito, apresenta também uma reflexão sobre os poderes e, é claro, as limitações da literatura. Sua leitura vale a pena!


11. Sobre histórias de fadas - J.R.R Tolkien




Last, but not least... Esse pequeno livro é composto por um ensaio, que dá nome à obra, e um conto - "Folha por Niggle" -, escritos na época em que o autor publicava sua obra mais conhecida, O Senhor dos Anéis
No ensaio, Tolkien, discorre acerca dos contos de fadas, ou contos do Belo Reino, quais são suas características e que tipo de histórias não são contos de fadas. 
O conto, por sua vez, serve como uma ilustração de uma história do Belo Reino, ao mesmo tempo que, segundo li algures ou alhures, pode ser tomado como uma alegoria da vida do próprio Tolkien à época em que compunha sua obra-prima, ou, ainda, da vida, do purgatório e do paraíso. A história gira em torno de Niggle, um homenzinho que vivia nos arredores de um vilarejo, com apenas um vizinho próximo, e gostava de pintar. Ele teria de fazer uma longa viagem em determinada época, mas procurava adiá-la o máximo que podia, pois estava trabalhando em uma grande tela com uma árvore grandiosa no meio de um campo, mas era constantemente interrompido pelos seus vários afazeres e, especialmente, por seu vizinho Parrish. Um dia, inevitavelmente, ele precisou viajar, e a partir daí, as coisas se complicam para o pobre Niggle. Porém, as coisas se resolvem no final e... não vou entrar em detalhes sobre o enredo.
Por último, resta dizer que Sobre histórias de fadas constitui uma leitura indispensável para os apreciadores da obra tolkieniana. 


Pronto! Foram essas as minhas leituras no ano que passou. O que acharam? Podem comentar à vontade.

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